segunda-feira, 31 de março de 2008

Símbolos de Páscoa


Os símbolos e rituais utilizados na comemoração da Páscoa foram evoluindo ao longo dos séculos e assimilados por diversas culturas. No entanto, nem todos sabem o que significam.

Folar
Representa simbolicamente o presente dos padrinhos e dos afilhados, impondo-se como preceito irem recebê-lo a casa dos padrinhos no Domingo de Páscoa (irem “pedir o bolo”). Ritual precedido pela oferta de um ramo de flores (ou amêndoas) dos afilhados aos padrinhos. Com o decorrer do tempo, a palavra “folar” deixou de corresponder ao seu primitivo significado, ou seja, “bolo cerimonial” da quadra pascal, para passar a designar o presente de Páscoa dos padrinhos, expresso por qualquer objecto: roupas, amêndoas, dinheiro, etc. Embora substituído por outros presentes, a obrigação da oferta do folar cessa depois da maioridade ou do casamento dos afilhados.

Ovo
O tão conhecido ovo da Páscoa é símbolo do caos inicial e ao mesmo tempo representa o nosso planeta. O ovo é um símbolo universal a partir do qual se desenvolverá a manifestação. Curiosamente, o nascimento do mundo a partir de um ovo é a ideia comum a celtas, gregos, egípcios, fenícios, tibetanos, hindus, vietnamitas, chineses, japoneses, povos siberianos e indonésios, entre outros. O ovo aparece em muitas culturas como símbolo de uma renovação periódica da natureza – daí a tradição do ovo da Páscoa e dos ovos coloridos, que em muitas culturas ilustram o mito da criação periódica. Os ovos de argila descobertos em sepulturas da Rússia e da Suécia, por exemplo, foram interpretados como sendo emblemas da imortalidade e símbolos da ressurreição. Em túmulos da Beócia descobriram-se também estátuas de Dionísio com um ovo na mão, promessa e sinal de regresso à vida. De acordo com os costumes judaicos, na refeição Seder (que dura 8 horas) o ovo é símbolo de promessa e ressurreição, e por isso faz parte dessa refeição ritual. Na Páscoa cristã, o ovo está associado à promessa e esperança da Primavera, e ocupa um lugar fulcral nas suas cerimónias como símbolo de ressurreição. As implicações eucarísticas são sugeridas pela tradição de comer os ovos no final da Quaresma.

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